O presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou na noite deste domingo sobre o assassinato do militante do Partido dos Trabalhadores (PT) e guarda municipal Marcelo Aloizio de Arruda, de 50 anos, morto nesta madrugada pelo policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho, apoiador de Bolsonaro. Arruda foi morto em sua festa de aniversário, que tinha a decoração em alusão ao PT, em Foz do Iguaçu (PR).
"Que as autoridades apurem seriamente o ocorrido e tomem todas as providências cabíveis, assim como contra caluniadores que agem como urubus para tentar nos prejudicar 24 horas por dia", escreveu o presidente em suas redes sociais. O assassinato do líder petista gerou ampla repercussão ao longo do dia, com políticos e pré-candidatos à Presidência da República se manifestando contra violência política.
O presidente escreveu que "é o lado de lá que dá facada, que cospe, que destrói patrimônio, que solta rojão em cinegrafista, que protege terroristas internacionais, que desumaniza pessoas com rótulos e pede fogo nelas, que invade fazendas e mata animais, que empurra um senhor num caminhão em movimento".
Após a morte de Arruda, diversas declarações do presidente foram resgatadas, como uma feita durante a campanha de 2018, no Acre. Na ocasião, ele afirmou, fazendo um gesto em referência a armas: “Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre, hein? Vamos botar esses picaretas para correr do Acre".
O crime
O guarda municipal foi candidato a vice-prefeito da cidade pelo PT nas eleições de 2020. O boletim de ocorrência da Polícia Civil informa que, segundo relatos de testemunhas, Guaranho era desconhecido de todos na festa. Ele chegou ao local de carro, acompanhado de uma mulher e uma criança. Com uma arma em punho, gritou "Aqui é Bolsonaro" e saiu. Nas redes sociais, o policial penal tem diversas publicações em apoio ao Presidente da República.
Conforme os relatos que constam no boletim de ocorrência, vinte minutos depois, o policial penal retornou ainda armado e sozinho. A esposa do aniversariante, que é policial civil, se identificou no momento em que Marcelo Arruda também informou que era guarda civil e sacou sua arma. Foi quando Jorge Guaranho efetuou dois disparos na direção de Arruda, que mesmo atingido e caído no chão revidou os tiros.
Guaranho saiu, mas, em seguida, retornou e falou outra coisa. Quando o policial penal se retirou, Arruda atirou pedras contra o veículo que ele conduzia, explicou a delegada. O policial penal, então, disse que iria retornar, o que o fez minutos depois, ocasião em que disparou contra o guarda municipal.
A SESP-PR informou ainda que a Polícia Civil está investigando o caso, com análise de imagens de câmera de segurança e oitiva de testemunhas. "A Polícia Científica está atuando no procedimento pericial que auxiliará para que os fatos sejam esclarecidos e o inquérito policial relatado e encaminhado à Justiça."